Crônicas do "Da C.I.A"

Tuesday, May 26, 2009

Obras-primas: Meu sonho, Paralamas do Sucesso

Nova canção do grande gênio Herbert Vianna, aquele que nos anos 90 dizia que "Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou". Duas décadas depois, vejamos onde chegou:
Paralamas do Sucesso - Meu Sonho

Meu Sonho

Pode ser que meu sonho seja assim
Te dizer quase tudo que você é pra mim
O que quero, o que espero
Sonho em te ver aqui
Sem rodeio solto os freios
Canto o amor por ti

Se me calo, tenha claro
Que é por refletir
Nas minúcias das carícias
Que eu sonho em sentir
Ter teu gosto ver teu rosto
Feliz a me pedir
Mais carinho, mais promessas
Que eu sonho em cumprir

Já no segundo verso Vianna demonstra seu menosprezo às regras formais opressoras desta sociedade globalizada: "Te dizer quase tudo que você é pra mim".
Em sua visão sempre caleidoscópica e cínica, o autor sem rodeio solta os freios de sua imaginação.
Mas é no último ato, ou como se diz vulgarmente, última estrofe, que Herbert mostra que os anos de sua sublimação em gênio contemporâneo não transformaram sua essência juvenil: Como o jovem Herbert, o adulto Vianna com coragem e criatividade combina rimas que deixariam Badauí do CPM 22 morrendo de inveja: Há muito mais profundidade em sentir/pedir/cumprir do que supõem as frivolidades da música pop. Não é para iniciantes refletir as "minúcias das carícias".
A guitarrinha ao fundo remete a Alagados, uma fase igualmente juvenil e genial deste artista com A maiúsculo. E quem não enxerga nos riffs poderosos de Ximbinha a influência óbvia de Herbert? O artista com A maiúsculo é assim, tão amplo e irrestrito que acaba por não se responsabilizar pelos que cativa. Mesmo que sejam outros gênios, como Ximbinha!

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